O município de Anhembi foi fundado pelos Bandeirantes, à margem esquerda do Rio Tietê. A febre de ouro, o apresamento de indígenas, a busca dos caminhos para as minas de ouro do Sabarabussu e outros motivos fizeram, das Entradas e Bandeiras, importante capítulo histórico. Por outro lado, vindo das Minas Gerais, trazendo, no lombo do burro, seus produtos, os tropeiros tinham, na região, uma trilha aberta que chegava até o Paraná, rumo ao sul do país (Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Uma ponte sobre o rio Tietê facilitava a travessia no local, onde os tropeiros encontravam pouso. Anteriormente conhecido como Correnteza Torta, o local passou a ser chamado de Capela de Nossa Senhora da Ponte do Rio Tietê, devido à construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora.
Antônio Rodrigues Ponce fez uma doação de 8 alqueires à Igreja Católica, como patrimônio da padroeira, cuja escritura foi provida 28 anos depois em tabelionato da cidade de Botucatu, pertencente, na época, à Comarca de Itapetininga.
A padroeira de Anhembi é Nossa Senhora dos Remédios.
O desenvolvimento do povoado foi marcado por esse comércio interestadual feito pelos tropeiros, e inaugurou o processo político-administrativo local. Inicialmente, em 20 de fevereiro de 1866, passou a freguesia do município de Botucatu e, mais tarde, em 8 de julho de 1867, foi transferido para o município de Constituição, atual Piracicaba.
A freguesia voltou a ser incorporada ao município de Botucatu em 9 de julho de 1869 e, em 15 de abril de 1891, foi transformada em vila. Em 12 de junho de 1934, a sede do município foi transferida para Piramboia e a cidade retornou à condição de distrito, o que perdurou até 24 de dezembro de 1948, quando o município adquiriu definitivamente sua autonomia.
Os indígenas davam, ao rio Tietê, a denominação de "Anyemby" que, em português, significa rio dos Anhambus (ave abundante na região em épocas passadas). Este foi o motivo do nome da cidade.
BRASÃO DE ANHEMBI
O Brasão de Armas da Cidade e Município de ANHEMBI, foi instituído através da Lei Municipal Nº 751/73, de 20.02.1973. Seu idealizador foi o Dr. Lauro Ribeiro Escobar, Membro do Conselho Estadual de Honrarias e Méritos, que assim o descreve:
Escudo redondo, de goles, com uma ponte de prata de três arcos e duas torres, lavradas do sabre e aclaradas do campo, firmada o assento sobre um contra-chefe ondado de prata, aguado do bleu e encimada de uma flor de lis de ouro.
O escudo é encimado por coroa mural de prata com oito torres, tendo as portas abertas de sable e traz como tenentes, à destra, um bandeirante e à sinastra um tropeiro, vestidos ao natural. Listel de goles, com a divisa em letras de prata: “SURGI DO SONHO DAS BANDEIRAS”.
Esta é a sua interpretação: O escudo redondo ou ibérico, era usado em Portugal na época do descobrimento do Brasil e sua adoção constitui uma homenagem do Município de Anhembi aos primeiros colonizadores e desbravadores de nossa Pátria.
A cor goles (vermelha), tem em heráldica o significado de audácia, valor galhardia, nobreza conspícua, valentia, intrepidez, vitória e honra. A ponte com duas torres, representa constância, antiguidade e firmeza.
O contra-chefe ondado de prata, lembra o rio Tietê, rota dos Bandeirantes, que em seu intrépido avanço pelo interior do Brasil, fizeram recuar os marcos limitadores do Tratado de Tordesilhas.
O metal prata, significa felicidade, pureza, temperança, verdade, formosura, franqueza, integridade, equidade. A flor de lis, é o símbolo de Nossa Senhora e lembra a Santíssima Padroeira de Anhembi, Nossa Senhora dos Remédios.
O conjunto das peças, por outro lado, adquire característica parlante, pois evoca a primitiva denominação do povoado, ou seja, Capela de Nossa Senhora dos Remédios da Ponte do Tietê.
A coroa mural é o símbolo da emancipação política, e, de prata com oito torres, das quais unicamente cinco são aparentes, constituiu a reserva às cidades; as portas abertas de sabre (preto) evidenciam o caráter hospitaleiro do povo de Anhembi.
O Bandeirante colocado à destra do escudo e o Tropeiro à sinistra, proclamam que Anhembi, em seus primórdios, foi pouso de Bandeirantes e depois dos Tropeiros, afirmando sua antiguidade e sua integração na história do desbravamento dos sertões brasileiros.
A divisa “SURGI DO SONHO DAS BANDEIRAS” completa a representação simbólica, esclarecendo que foi o áureo sonho dos audazes conquistadores do sertão, em sua marcha intímorata, arrastando os perigos proporcionados por febres, índios, feras e intempéries, que deu lugar ao surgimento do nosso Município.